Saúde mental: 62% dos profissionais de enfermagem afirmaram ter desenvolvido sofrimento durante a pandemia

Saúde mental: 62% dos profissionais de enfermagem afirmaram ter desenvolvido sofrimento durante a pandemia

O Coren-SP lançou nesta quinta-feira (9/9) a sondagem “Percepção do sofrimento mental dos profissionais de enfermagem em meio à pandemia da Covid-19”, que destaca que 62,1% dos profissionais de enfermagem afirmaram ter tido algum tipo de sofrimento mental durante a pandemia. Esse é um dos principais números mostrados pelo levantamento, que foram divulgados em primeira mão na edição desta quinta-feira (9/9) na coluna da jornalista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo.

O Coren-SP ouviu 10.329 profissionais, entre enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem, entre os dias 10 a 22 de agosto, por meio de uma questionário online. Dos profissionais respondentes, 87% são do sexo feminino, 55% atuam na rede pública de saúde e 46,6% atuam na rede privada.

Outros dados importantes revelados pelo levantamento mostram que entre os 62,1% que revelaram ter apresentado sofrimento mental desde o início da pandemia, e, dentre eles, 70,2% tiveram sintomas físicos como fraqueza, tonturas, dores em geral, problemas para respirar, dormência, formigamentos, dificuldade de concentração e esgotamento físico e/ou cansaço. Além disso, sintomas emocionais, como medos, sentimentos de culpa, pânico e esgotamento mental e/ou pensamentos ruins, surgiram em 64,5% das respostas.

Dentre os participantes da sondagem, 43,9% dos profissionais que afirmaram ter sofrimento mental desde o início da pandemia também responderam que os sintomas aumentaram com o decorrer do tempo. Além disso, 71,4% relacionaram o sofrimento mental à sobrecarga de trabalho, 39,4% relacionaram os sintomas à ausência de local adequado para descanso e 28,5% a agressões verbais.

Outro ponto importante revelado pelo levantamento foi o fato de 52,7% dos profissionais que revelaram ter tido sofrido mental não terem pedido ajudada. Dentre os que não pediram ajuda, 41,8% não o fizerem por medo de julgamento, mudança de setor ou demissão; 41,4% acharam que poderiam lidar com o sofrimento sem ajuda dos outros e 31% têm vergonha de falar desses problemas. 26,2% não sabiam a quem recorrer.

Dentre as principais conclusões, estão:

– A presença de níveis de ansiedade e/ou estresse relacionados à exaustão e distanciamento do trabalho podem vulnerabilizar o profissional de enfermagem quanto a transtornos mentais.

– Há a necessidade de intervenções imediatas de prevenção promoção e do bem-estar mental aos profissionais de enfermagem expostos à Covid-19, por se encontrarem na linha de frente, exigindo atenção especial.

– Quando há o enfrentamento e a implementação de habilidades como empatia, iniciativa e motivação, estudos apontam que podem ser como protetoras para a saúde mental.

O conselho também destaca algumas ações que estão sendo tomadas com a intenção de mitigar os problemas levantados:

– Fiscalização contínua das instituições de saúde, com foco no dimensionamento e nas condições adequadas para assistência.

– Continuidade do projeto Cuidando de Quem Cuida, de favorecimento ao autocuidado e à saúde mental, e que já contou com quase 6.000 inscritos nos últimos seis meses.

– Divulgação do edital de Reconhecimento de Experiências Exitosas em promoção da saúde mental da enfermagem.

– Fortalecimento das ações do Grupo de Trabalho de Saúde Mental.

Download da sondagem



A apresentação da sondagem “Percepção do sofrimento mental dos profissionais de enfermagem em meio à pandemia da Covid-19”, com todos os dados, está disponível para downloadClique aqui para baixar o PDF.

Fonte: Coren-SP | Portal da Enfermagem